Performatividade em Arquitetura
A produção de discurso, sentido e ação da atividade arquitetônica contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.18861/ania.2022.12.2.3210Palavras-chave:
arquitetura, performatividade, performance, teoria contemporânea, crise contemporânea, discurso arquitetônico, Platão, linguagem, comunicação, significado, açãoResumo
A arquitetura se posiciona, a partir de suas capacidades comunicativas, como um sistema de interpretação, representação e transformação da realidade. No quadro da atividade arquitetónica contemporânea, a performatividade em arquitetura pode ser entendida como aquela capacidade que parte do seu caráter comunicacional, pra transcende qualquer função, programa ou contexto específico, para se tornar no catalisador de novos processos e ultrapassar a transmissão de uma mensagem, em favorecer a construção de uma interpretação da realidade, a produção de sentido ou a geração de novas relações com o usuário.
O contexto contemporâneo voltou a valorizar o conteúdo semântico da obra arquitetónica em resposta à crise disciplinar que atravessa desde o fim da modernidade. Como sustenta Lorenzo Rocha (2018), “Quase todos os arquitetos concordam que sua profissão está em crise, mas a maioria deles não saberia explicar exatamente as razões do desconforto na arquitetura” (p. 12). O conceito de performatividade em arquitetura decorre do reconhecimento de uma das muitas capacidades que caracterizam a disciplina, associadas a processos que geram ações ou colocam afirmações ideológicas para transcender a especialização técnica e a capitalização disciplinar, talvez os principais impulsionadores da crise contemporânea. No entanto, não é uma capacidade nova, mas sim uma que pode ser reconhecida como implícita no exercício da disciplina. O seu estudo na contemporaneidade permite uma reinterpretação dos preceitos do exercício da arquitetura para restituir o seu valor como sistema de pensamento e interpretação da realidade, capaz de traduzir e transformar a realidade em que se insere. Como parece impossível explicar a performatividade sem adotar uma atitude performativa a esse respeito, este artigo parte de uma breve análise da ‘Alegoria da caverna’ de Platão, que permite transpor certos conceitos para o campo da disciplina arquitetônica e propor uma abordagem ao que entendemos por ‘Performatividade em Arquitectura’, concluindo na exposição de uma das suas manifestações mais representativas, aquela que definimos como performance arquitectónica.
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Referências
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