Incerteza, desintegração e condição humana
Nas histórias da filmografia apocalíptica e pós-apocalíptica do século XXI
DOI:
https://doi.org/10.18861/ic.2021.16.1.3099Palavras-chave:
filmografia pós-apocalíptica, esgotamento, incerteza, condição humanaResumo
O artigo analisa as narrações da filmografia apocalíptica e pós-apocalíptica, especialmente, daquelas produções nas quais o potencial extermínio do mundo não se corresponde com eventos da natureza ou com as invasões alienígenas (acontecimentos extrínsecos às doenças da sociedade contemporânea) porém com as mais recônditas razões: o fim dos tempos insinua-se como fenômeno surgindo do interior da mesma humanidade. Nesse intuito, o apocalipse se afasta da sua função expiatória, assim como da batalha final entre o bem e o mal. O relatório revisa as produções que advertem para o lado autodestrutivo da humanidade no século XX, e concentra-se na criação de filmes e séries que, no decorrer do presente século, encenam a queda do mundo conhecido e o estilo de viver dos sobreviventes nos tempos a seguir. Esta abordagem do fim do mundo, diversamente das ficções do século passado, exprime desânimo e perplexidade com relação ao nosso tempo, e retrata um futuro de desintegração, com muito poucas possibilidades de regeneração coletiva, no qual os seres humanos se tornam errantes solitários, sem chance de refazer o social, mas na busca teimosa do melhor da sua condição humana.
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