Chamada de Trabalhos | Vol. 19 / N° 2
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InMediaciones de la Comunicación
Volume 19 / N° 2 (julho-dezembro de 2024)
Informamos que está aberta a chamada para publicar artigos no Volume 19 / N° 2 (julho-dezembro de 2024) de InMediaciones de la Comunicación, revista acadêmica publicada desde 1998 pela Universidad ORT Uruguay.
A finalidade centra-se na publicação de artigos originais e na divulgação de entrevistas, ensaios e resultados de pesquisas que decorrem no domínio da comunicação e disciplinas afins, com especial atenção aos processos de midiatização social e ao estudo dos fenómenos mediáticos contemporâneos. O conteúdo é destinado a pesquisadores, professores, estudantes universitários de graduação e pós-graduação e interessados em todas as áreas da comunicação. Antes de sua publicação, os manuscritos são revisados, em primeira instância, pelos Editores Associados e pelo Comitê Acadêmico, formado por especialistas de diferentes países, o Editor Convidado de cada número, e depois são avaliados pelo sistema duplo-cego com a intervenção de árbitros externos.
A revista segue uma política de acesso aberto, recebe contribuições escritas em espanhol, inglês e português e o/a autor/a não paga nenhum custo pelo processamento ou publicação dos manuscritos. InMediaciones de la Comunicación é publicada em papel e formato digital com o objetivo de promover a publicação aberta de manuscritos que são o resultado do trabalho realizado por pesquisadores e dar impulso à abordagem das mais diversas questões e problemas que atravessam o campo da comunicação. Ao longo dos anos, contou com a contribuição de pesquisadores e referentes acadêmicos de reconhecida trajetória, que proporcionam seu olhar sobre os debates provocados pela permanente renovação dos fenômenos comunicacionais na América Hispânica e no mundo.
Temática do Volume 19 / N° 2 (julho-dezembro de 2024)
IMAGENS E MEDIATIZAÇÃO
Cultura visual, mídia e digitalização
Fundamentos da chamada
Esta convocatória para InMediaciones de la Comunicación busca promover a reflexão sobre a hipermidiatização da sociedade contemporânea, com foco nas novas formas de produção, circulação e recepção de diferentes tipos de imagens audiovisuais e nas formas que assumem nos regimes midiáticos atuais.
Nas últimas décadas do século XX, e principalmente no início do novo milénio, viveu-se a um período de profundas alterações nas comunicações. As novas tecnologias digitais e os novos meios de comunicação baseados na Internet provocaram uma profunda transformação no funcionamento dos meios massivos e, portanto, nas características da midiatização (Verón, 2013). Nesse contexto, surgiram discursos anunciando a morte dos meios de comunicação de massa (como impressa gráfica, cinema, rádio, fotografia e televisão) e a entrada em uma nova era das comunicações, marcada pelo prefixo pós. (pós -cinema, pós -fotografia, pós-televisão). No entanto, essas mídias não desapareceram, mas entraram em uma espécie de convergência midiática (Carlón & Scolari, 2009), onde coexistem e se inter-relacionam modalidades centralizadas e do tipo broadcasting, com outras formas de midiatização não centralizadas e horizontais ou interconectadas (Fernández, 2021). Essa configuração peculiar permitiu, por sua vez, o surgimento de novas relações com o espaço e o tempo, a presença de sujeitos interligados produtores de mensagens, o desenvolvimento de novas formas de acesso à informação e de novas formas de produzi-la, coloca-la em circulação e recebê-la, entre outras transformações pelas quais passa a vida social.
Nesse quadro, entendemos que o funcionamento dos dispositivos midiáticos contemporâneos é condição incontornável para desvendar as diversas formas de geração de sentido e os efeitos socioculturais vinculados aos diferentes tipos de imagens que são produzidas, circuladas, recebidas e visualizadas, conforme modalidades que eles permitem. As imagens marcadas por essas formas de midiatização continuam sendo objeto de debates, expondo com especial atenção as mudanças produzidas nos dispositivos de produção de imagens após sua digitalização. Em particular, tem havido uma grande abrangem centrada na emergência de uma nova cultura visual, marcada por mudanças tecnológicas nas comunicações que deram lugar a novas formas de produção, circulação e recepção de imagens (Mitchell, 1992; Robins, 1997; Brea, 2002; Mirzoeff, 2003; Ritchin, 2010; Fontcuberta, 2012; Dubois, 2017; entre outras referências).
Da mesma forma, teorizou-se que o atual contexto de hipermidiatização baseado na crescente digitalização torna o presente a categoria temporal por excelência (Carlón, 2016), enquanto a distância temporal entre os fluxos perceptivos é encurtada (Schaeffer, 1990) e, portanto, altera-se o tempo de produção, circulação e recepção que caracterizou a modernidade. Ao mesmo tempo que se coloca em discussão o próprio estatuto de certas imagens: no caso da fotografia, por exemplo, postula-se que a digitalização estabelece uma espécie de indexicalidade fraca (Carlón, 2016), onde o real fotografado é muito mais facilmente editado e alterado.
As imagens, então, não são mais produzidas especificamente como um registro para fazer durar o que desaparece, mas supõem uma instância presente de participação – são criadas para serem compartilhadas instantaneamente nas redes sociais – e com isso nos referimos não apenas às imagens criadas para fins jornalísticos ou que são típicas do que se chama de atualidade pública (imagens que no passado circularam preferencialmente pelos meios de comunicação de massa), mas também às imagens que se configuram e reconfiguram a partir da participação dos usuários e atendem outro cenário cultural. Nesse sentido, o surgimento de construtos visuais inovadores, como os memes, por exemplo, põe em diálogo diversos saberes contextuais – e outros típicos de um acervo cultural compartilhado – em que a produção e a circulação desde baixo são centrais.
As imagens que os indivíduos produzem circulam nas diferentes plataformas digitais, que fornecem um quadro interpretativo incontornável centrado na possibilidade de intervenção de outros usuários conectados. Seriam, como afirma Fontcuberta (2016), imagens fundamentalmente conversacionais que promovem, por sua vez, o crescimento de práticas visuais amadoras e a intensificação da autorrepresentação do próprio corpo (Sibilia, 2008; Prada, 2012). Ou seja, uma cultura visual que expõe novas modalidades de subjetivação, onde o que conta é a mostra de si que se abre na tela e permite e promove o olhar dos outros.
Por outro lado, a partir da Internet e do surgimento das mídias digitais, certas práticas artísticas se difundiram e renovaram o universo digital, principalmente por meio de três operações que, em grande parte, nasceram e se desdobraram na modernidade (Carlón, 2014): intervenção, apropriação e montagem. Isso deu origem a uma nova e complexa relação entre arte, mídia e vida social: são transformações que permitem, inclusive, o desdobramento de manifestações que tomam a internet como um campo específico de aparição e tema de reflexão (Prada, 2012), materializando-se em produções que atentam para o potencial dos diferentes suportes, para as redes virtuais de comunicação e para os modos abertos de conectividade tangível. Procura-se, assim, apreender o imediato, captar a natureza mutável do tempo e dos espaços e lugares, fazendo com que a própria mídia, segundo Terry Smith (2012), se situe como uma corrente específica no vasto fluxo da arte contemporânea.
Esta chamada para InMediaciones de la Comunicación promove a submissão de artigos que abordem essas novas configurações e se preocupem, a partir da intersecção de disciplinas, em analisar e dar conta das tensões e riquezas oferecidas pela cultura visual contemporânea. Por tanto, são convidados para enviar contribuições que, quer numa perspectiva teórica, quer a partir da análise de materialidades concretas ou estudos de caso, nos permitam refletir sobre as questões levantadas e propor diferentes abordagens.
Eixos para apresentação de artigos
- Propostas de abordagem teórico-metodológica para o estudo de imagens em plataformas da Internet.
- Transformações e continuidades em relação à produção, circulação e recepção de imagens em um contexto midiatizado centrado na crescente digitalização.
- Conformação de coletivos e individualidades vinculados à produção de imagens em diferentes espaços midiatizados.
- Propostas que problematizam as modalidades de subjetivação derivadas dos regimes visuais contemporâneos.
- Surgimento de novas formas de produção artística através da Internet.
- Problemáticas ligados ao acesso e gestão de imagens em ambientes digitais.
Editores convidados
Letícia Rigat. Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Buenos Aires (Argentina). Mestre em Estudos Culturais, Centro de Estudos Interdisciplinares, Universidade Nacional de Rosário (Argentina). Graduada em Comunicação Social, Universidade Nacional de Rosário. Pesquisadora Assistente, Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Argentina). Atualmente, realiza o Programa de Pós-Doutorado na Universidade Nacional de Rosário. É professora titular da “Oficina: imagem, desenho e comunicação”, Graduação em Gestão Cultural, Universidade Nacional de Rosário. Coordenadora do Grupo de Estudos em Fotografia Latino-americana Contemporânea da Universidade Nacional de Rosário. Membro do Centro de Estudos em Teoria Pós-colonial, do Instituto de Estudos Críticos em Humanidades e do Centro de Estudos em Midiatizações da Universidade Nacional de Rosário. Autora do livro A representação dos povos originários na fotografia latino-americana contemporânea (2018, CDF Montevidéu), trabalho escolhido no Concurso de Livros de Pesquisa Latino-Americana do Centro de Fotografia de Montevidéu (Uruguai). Publicou numerosos artigos em revistas académicas sobre cultura e arte. Suas atividades de pesquisa se articulam com sua produção artística, curadoria e gestão cultural. E-mail de contato: leticia.rigat.medici@gmail.com
Mariana Patricia Busso. Doutora em Comunicação Social pela Universidade Nacional de Rosário (Argentina), título obtido em conjunto com a Universidade de Urbino (Itália). Mestrado Europeu em Estudos Latino-Americanos, Universidade Autónoma de Madrid (Espanha). Pesquisadora Assistente, Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Argentina). Professora do Bacharelado em Comunicação Social e da pós-graduação do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade Nacional de Rosário. Membro do Comitê Acadêmico do Centro de Pesquisas em Midiatizações e da Comissão Acadêmica do Doutorado em Comunicação Social da Universidade Nacional de Rosário. É membro do Conselho Editorial das revistas acadêmicas La Trama de la Comunicación, Universidade Nacional de Rosário, e Cuadernos de Inter.ca.mbio sobre América Central e o Caribe, Universidade de Costa Rica (Costa Rica). Participa de projetos de pesquisa voltados ao estudo das midiatizações contemporâneas. Suas áreas de pesquisa são principalmente migrações, estudos de identidade, semiótica da mídia e análise do discurso. E-mail de contato: mbusso@conicet.gov.ar
Jacob Bañuelos Capistran. Doutor em Ciências da Informação (Apto Cum Laude 1991-1995), Universidade Complutense de Madrid (Espanha). Pesquisador SNI-1, Sistema Nacional de Pesquisadores (México). Professor Pesquisador do Departamento de Mídia e Cultura Digital, Tecnológico de Monterrey (México). Autor dos livros Fotomontaje (2008, Editorial Cátedra), Fotografia e dispositivos móveis – juntamente com Francisco Mata Rosas – (2014, Editorial Tecnológico de Monterrey-Porrúa Print) e Visualidad Totalizante – juntamente com Armín Gómez – (2020, Abismos Casa Editorial). Em 2019, coordenou – juntamente com Vicente Castellanos – a edição da revista DeSignis intitulada: “Fotografia: entre o analógico e o digital”. Publicou artigos em diversas revistas acadêmicas. Os seus temas de investigação cruzam os fenómenos emergentes ligados à imagem fotográfica, memes, cinema e computação gráfica no quadro de uma evolução tecnológica incessante, experimentados em comunidades participativas de usuários em redes digitais. E-mail de contato: jcapis@tec.mx
DATA FINAL PARA ENVIAR SUBMISSÕES: 10 de fevereiro de 2024
DATA DA PUBLICAÇÃO DO VOLUME: 1º de julho de 2024
Site da revista – registo e submissão dos artigos através da plataforma:
https://revistas.ort.edu.uy/inmediaciones-de-la-comunicacion
Características que os artigos submetidos devem apresentar:
https://revistas.ort.edu.uy/inmediaciones-de-la-comunicacion/about/submissions#autorDiretrizes
E-mails de contato da revista:
cossia@ort.edu.uy / inmediaciones@ort.edu.uy / lcossia@yahoo.com.ar /
Comitê Acadêmico
ImMediaciones de la Comunicación
Universidad ORT Uruguay
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REFERÊNCIAS
Brea, J. L. (2002). La era postmedia. Acción comunicativa, prácticas (post)artísticas y dispositivos neomediales. Salamanca: Editorial CASA.
Carlón, M. (2016). Registrar, subir, comentar, compartir: prácticas fotográficas en la era contemporánea. En Corro, P. & Robles, C. (eds.), Estética, medios y subjetividades (pp. 31-54). Santiago de Chile: Universidad Pontificia Católica de Chile.
Carlón, M. (2014). ¿Del arte contemporáneo a una era contemporánea? En Rovetto, F. & Reviglio, M. C. (eds.), Estado actual de las investigaciones sobre mediatizaciones (pp. 24-42). Rosario: UNR Editora.
Carlón, M. & Scolari, C. (2009). El fin de los medios masivos. Buenos Aires: La Crujía.
Dubois, P. (2017). Da imagem-traço à imagem-ficção: o movimento das teorias da fotografia de 1980 aos nossos días. Revista Discursos Fotográficos, 13(22), 31-51.
Fernández, J. L. (2021). Vidas mediáticas. Entre lo masivo y lo individual. Buenos Aires: La Crujía.
Fontcuberta, J. (2012). La cámara de pandora. La fotografía después de la fotografía. Barcelona: Gustavo Gili.
Fontcuberta, J. (2016). La furia de las imágenes. Notas sobre la postfotografía. Barcelona: Galaxia Gutenberg.
Mirsoeff, N. (2003). Una introducción a la cultura visual. Barcelona: Paidós.
Mitchell, W. (1992). Thereconfiguredeyes: visual truth in the post-photographic era. Cambridge: MassMitPress.
Prada, J. M. (2012). Prácticas artísticas en Internet en la época de las redes sociales. Madrid: Akal.
Prada, Juan Martín (2001). La apropiación posmoderna. Arte, práctica apropiacionista y posmodernidad. Madrid: Fundamentos.
Robins, K. (1997). ¿Nos seguirá conmoviendo una fotografía? En Lister, M. (ed.), La imagen fotográfica en la cultura digital (pp. 49-75). Barcelona: Paidós.
Sibilia, P. (2008). La intimidad como espectáculo. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.
Smith, T. (2012). ¿Qué es el arte contemporáneo? Buenos Aires: Siglo XXI.
Verón, E. (2013). La semiosis social, 2. Ideas, momentos, interpretantes. Buenos Aires: Paidós.