Chamada Vol. 21 / N° 1
InMediaciones de la Comunicación
Volume 21 / N°1 (janeiro-junho de 2026)
Comunicamos que se encontra aberta a chamada para publicação de artigos no Volume 21 / N° 1 (janeiro-junho de 2026) de InMediaciones de la Comunicación, revista acadêmica que a Universidad ORT Uruguay publica desde 1998. O objetivo da revista é a publicação de artigos originais e a difusão de entrevistas, ensaios e resultados de pesquisas no campo da comunicação e disciplinas relacionadas, com atenção especial nos processos de midiatização social e o estudo de fenômenos midiáticos contemporâneos. O conteúdo se destina a pesquisadores, docentes e estudantes universitários de graduação e pós-graduação e pessoas interessadas nas áreas da comunicação. Antes da sua publicação, os manuscritos submetidos são revisados, na primeira fase, pelos Editores Associados, o Comitê Acadêmico e os Editores Convidados de cada número da revista. Na segunda fase, são avaliados mediante o sistema de duplo-cego (Double-blind peer review) por intervenção de arbitragem externa. A revista apresenta uma política de acesso aberto, aceita submissões em espanhol, inglês e português e o autor/a autora não paga nenhuma taxa pelo processamento ou publicação dos manuscritos. InMediaciones de la Comunicación é publicada em papel ou em formato digital com o objetivo de promover a publicação aberta de manuscritos resultantes do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores e dar impulso à abordagem dos temas mais diversos e problemas que atravessam o campo da comunicação. Ao longo dos anos, a revista tem se beneficiado das contribuições de renomados pesquisadores e acadêmicos, que têm contribuído com seus pontos de vista sobre os debates suscitados pela permanente renovação dos fenômenos de comunicação na América Latina e no mundo.
- Seção de submissões para a seção ARTIGOS TEMÁTICOS
- Recepção de submissões para avaliação na seção ARTIGOS LIVRES
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SEÇÃO TEMÁTICA
Tema do Volume 21 / N° 1 (janeiro - junho de 2026)
ALÉM DA PÓS-MODERNIDADE. Os processos da midiatização contemporânea
Fundamentos da chamada
A progressiva circunscrição dos objetos de estudo no campo das midiatizações –tanto no Norte como no Sul– permite pensar que é preciso atender cada vez mais os processos que configuram, além da pós-modernidade, as sociedades contemporâneas. A presença desta tese em trabalhos fundacionais e atuais sobre as análises das midiatizações (Verón, 1984, 1986, 1997 y 2014; Fausto Neto (2010); Braga (2011); Hjarvard (2014); Krotz (2017); Escudero Chauvel y Olivera (2022); Bolin (2023); Carlón (2024); Ferreira, Bolin, Silveira y Löfgren (2024); para citar algumas referências dos múltiplos autores), torna-se cada vez mais evidente e, por tanto, merece uma investigação detalhada dos processos que, em diferentes níveis –do micro ao macro social, da circulação do sentido à midiatização profunda, dos dispositivos e atores tradicionais aos novos (bots, cibertropas, algoritmos, tecnologias generativas)– moldam as sociedades contemporâneas.
Neste enquadramento, é lógico pensar que uma nova exploração que vise obter outros resultados deveria colocar o foco em traços singulares da nossa contemporaneidade. Na medida em que a midiatização afeta, sobretudo, o tempo e o espaço, podemos nos perguntar, por um lado, qual o significado de presente, passado e futuro no âmbito dos atuais processos da midiatização; e, por outro lado, indagar como as novas processualidades afetam as clássicas dimensões antropológicas –isto é, em que medida natureza/tecnologia/sociedade entram em uma nova relação e observar a dimensão complexa desse vínculo.
É provável que estes desenvolvimentos desafiem os estudos nórdicos e os estudos latinos de forma comum, mas também específica. Os estudos nórdicos, porque o processo meta da midiatização (Krotz, 2017) e das processualidades figurativas (Hepp, 2013) são reconfigurados –momento a momento– de um modo particular. Os estudos latinos, que baseiam-se mais na semiótica e nas teorías sobre o sentido –abordagem que também foi proposta por autores nórdicos como Göran Bolin (2023)–, porque novas perguntas são estabelecidas sobre as margens e limites do humano em desenvolvimentos diacrônicos complexos nos quais o tempo histórico é um protagonista fundamental. Em qualquer caso, uma nova complexidade desafia os quadros teóricos e conceituais com os quais nos permitimos pensar e analisar os processos de midiatização contemporâneos.
Neste contexto, como avançar? Uma forma possível de fazê-lo talvez seja compartilhando algumas perguntas. Mas quais? A seguir estão listadas algumas questões que dificilmente consigamos evitar: Quais são os processos que caracterizam as sociedades contemporâneas, nas quais diferentes atores humanos (indivíduos, coletivos, mídia, instituições) e não humanos (dispositivos automatizados, algoritmos, diferentes tipos de IA, bots, etcétera) interagem em todos os níveis? Podemos delinear seus processos e circuitos de interação? Podemos mapeá-los? Como através desses contatos se transformam suas relações? Quais novas características está assumindo a circulação do sentido na midiatização atual? Qual tipo de atores e de relacionamento entre eles nos caracterizam, além da pós-modernidade? Como vincular as análises que abordam a circulação do sentido com aquelas da midiatização profunda?
Estes questionamentos e desafios são propostos nesta nova chamada de InMediaciones de la Comunicación.
Um convite para continuar refletindo sobre a contemporaneidade.
Eixos para a submissão de artigos
- Os processos da midiatização: natureza, tecnologia, sociedade e circulação do sentido na era contemporânea.
- Processos e crise da temporalidade (passado, presente e futuro): Quais significados o presente assume hoje? Como contamos os nossos passados? Como pensamos os nossos futuros? Que tipo de futuro e de passado a inteligência artificial (IA) imagina?
- Além da pós-modernidade: midiatização, circulação do sentido, atores e campos sociais (Quais processos são desencadeados pelos novos recursos utilizados para a produção de textos, imagens, música, vídeo ou fotografias em diversas áreas, como o direito, o ensino, o jornalismo, a arte, o esporte, a ciência, a religião?
- A relação entre a midiatização e a “crise” da inteligência, seja ela natural, humana ou artificial e a produção de sentido em diversos circuitos por parte de múltiplos atores.
- Midiatização, política, identidade e movimentos sociais: Que tipo de ações políticas geram as articulações e tensões entre a midiatização profunda e a circulação de sentido e qual o impacto que elas têm na formação das identidades contemporâneas? Midiatização, política, identidade e movimentos sociais: Que tipo de ações políticas geram as articulações e tensões entre a midiatização profunda e a circulação de sentido e qual o impacto que elas têm na formação das identidades contemporâneas?
Editores convidados
Mario Carlón. Doutor em Ciências Sociais, Universidad de Buenos Aires (Argentina). Bacharel em História da Arte, Universidad Nacional de La Plata (Argentina). Pesquisador do Instituto Gino Germani, Facultad de Ciencias Sociales, Universidad de Buenos Aires. Coordenador do Seminário Internacional “Investigación sobre lo Contemporáneo en/desde América Latina”, Universidad de Buenos Aires. Professor responsável pela Cátedra “Semiótica de Redes”, Bacharelado em Ciências da Comunicação, Universidad de Buenos Aires. É membro da Rede Internacional de Pesquisa em Midiatização e Processos Sociais. Foi presidente da Associação Argentina de Estudos Cinematográficos e Audiovisuais (2013-2015) e membro do Observatório de Cidadania Digital. Brasil/México/Argentina (2020-2024). Tem investigado por mais de 20 anos, tem escrito e publicado sobre a midiatização na América Latina (Eliseo Verón escreveu o “Prólogo” do seu livro Sobre lo televisivo: dispositivos, discursos y sujetos (2004) e o “Prólogo” de Las políticas de los internautas. Nuevas formas de participación, compendiado junto com Antônio Fausto Neto (2011). Alguns livros publicados: Lo contemporáneo: indagaciones en/desde América Latina sobre el cambio de época (2023), Circulación del sentido y construcción de colectivos en una sociedad hipermediatizada (2020), Después del fin. Una perspectiva no antropocéntrica sobre la post-tv, el post-cine y YouTube (2016); com Yvana Fechine, O fim da televisão (2021 [2014]); em colaboração com Carlos A. Scolari, El fin de los medios masivos. El debate continúa (2009) e Colabor-arte. Medios y arte en la era de la producción colaborativa (2012).
Jairo Ferreira. Pós-doutorado em Comunicação, Universidad Nacional de Rosario (Argentina). Doutor em Informática e Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil), com práticas nos Arquivos Jean Piaget e na Unidade de Tecnologias Educativas da Faculdade de Psicologia e Educação da University of Geneva (Suíça). Mestre em Sociologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação, Universidade Federal de Santa Maria (Brasil). Professor visitante da Universidade de São Paulo - PPGCOM (2024/2025) e Professor visitante da Universidade de Grenoble Alpes, Cátedra UNESCO-Gresec (2024). Criador e coordenador do Grupo de Investigación Midiaticom (criado em 2003 - Diretório de Grupos Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Brasil): dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/4543214125867556). Em 2001 obteve o prêmio CAPES-PAPED (Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior-Programa de apoio à pesquisa em educação à distância). Atualmente coordena os seguintes projetos coletivos: Seminario Internacional de Investigación en Mediatización y Procesos Sociales, Diálogos Norte-Sur, Sexta edición (2024), que convoca anualmente a 200 investigadores aproximadamente; Rede Internacional de Pesquisa em Midiatização e Processos Sociais –assentado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico–, formado por 30 investigadores e 13 instituições de pesquisa do Brasil, Argentina e Europa. Coordenou a criação e é editor de Questões Transversais - Revista de Epistemologias da Comunicação. Editou 19 livros, 34 capítulos de livros e 57 artigos publicados em revistas acadêmicas, como também 43 artigos publicados em anais de eventos acadêmicos. Sua produção foca principalmente nas epistemologias da midiatização e a comunicação, os meios sociais midiatizados, a midiatização e o racismo, e as problemáticas ligadas à inteligência artificial, os algoritmos e as plataformas.
Guillermo E. Olivera. Pós-doutorado em Estudos Latino-Americanos, University of London (Grã-Bretanha). Doutor em Teoría Crítica, University of Nottingham (Grã-Bretanha). Mestre em Socio-semiótica, Universidad Nacional de Córdoba (Argentina). Bacharel em Comunicação Social, Universidad Nacional de Córdoba (Argentina). Bacharel em Línguas Modernas, Open University (Grã-Bretanha). Membro do Centre for Language and Communication da University of Amsterdam (Holanda). Membro da equipe editorial da revista acadêmica deSignis. Foi professor e pesquisador em várias universidades britânicas e Professor Adjunto de Semiótica na Universidad Nacional de Córdoba. Foi professor na University of Stirling (Escócia), onde foi Diretor do Programa de Estudos Hispânicos e Latino-Americanos, como também Diretor do Programa de Pós-graduação de Estudos Cinematográficos. É autor do livro Laboratorios de la mediatización (2011) e coeditor –em colaboração com Fabricio Forastelli– de Queer Studies. Semiótica y política de la sexualidad (2013). Em colaboração com Andreas Hepp, coeditou o volume “Mediatizaciones” da revista deSignis. Suas publicações incluem artigos e capítulos de livros sobre cinema argentino, cinema queer e políticas LGBTIQ+ em revistas especializadas de diferentes partes do mundo.
Colaboração
Isabel Löfgren. Doutorado em Mídia e Comunicaçã, European Graduate School (Suíça.). Mestre em Linguagens Visuais, Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil). Bacharel em Artes Visuais, Smith College (EUA). Professor Associado de Mídia e Comunicação, Södertörn University (Suécia). Coordenador de pesquisa do projeto de intercâmbio científico “Midiatização: inferências empíricas, epistemológicas e metodológicas na pesquisa em comunicação no Brasil e na Suécia” (2020-2024), entre a Södertörn University, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Brasil) e a Universidade Federal de Santa Maria (Brasil). Coordenadora de Cultura e Comunicação na plataforma de pesquisa “EcoJust - Ecologically just and socially sustainable transformations”, Södertörn University. É co-editora de publicações da rede “Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior - Swedish Foundation for International Cooperation in Research and Higher Education (CAPES-STINT)”, como o livro The Planalto Riots: Making and Unmaking a Failed Coup in Brazzaville (2024), juntamente com Lou Caffagni, Gizele Martins e Paola Sartoretto. Ela é autora de artigos sobre cultura visual e ativismo de mídia em revistas científicas internacionais.
DATA FINAL PARA ENVIO DE SUBMISSÕES: 15 de setembro de 2025
DATA DE PUBLICAÇÃO DO VOLUME: 1 de janeiro de 2026 (modalidade de publicação contínua)
Site da revista – registro e envio de submissões através da plataforma: https://revistas.ort.edu.uy/inmediaciones-de-la-comunicacion
Características que devem apresentar os artigos submetidos: https://revistas.ort.edu.uy/inmediaciones-de-la-comunicacion/about/submissions#authorGuidelines
Correios eletrônicos de contato da revista: cossia@ort.edu.uy / inmediaciones@ort.edu.uy / lcossia@yahoo.com.ar /
Comitê Acadêmico
InMediaciones de la Comunicación
Universidad ORT Uruguay
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BIBLIOGRAFIA CITADA
Bolin, G. (2023). Communicative AI and techno-semiotic mediatization: Understanding the communicative role of the machine. Human-Machine Comunication, 7, 65-81. https://doi.org/10.30658/hmc.7.4
Braga, J. L. (2011). La política de los internautas es producir circuitos. En Carlón, M. y Fausto Neto, A. (compiladores), Las políticas de los internautas (pp. 43-55). La Crujía.
Carlón, M. (2024). On hypermediatization as a process and Hypermediatized societies as an outcome. A Non-anthropocentric approach. In Ferreira, J., Machado Silveira, A., Borelli, V., Dalmolin, A., da Rosa, A. P., Löfgren, I. (Editors), Platforms, algorithms and AI. Issues and hypotheses in the mediatization perspective (pp. 269-296). FACOS-UFSM.
Escudero Chauvel, L. y Olivera, G. (2022). Mediatización. El largo recorrido de un concepto. deSignis, 37, 9-21. https://dx.doi.org/10.35659/designis.i37
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Ferreira, J., Bolin, G., Silveira, A. y Löfgren, I. (Orgs.) (2024). Midiatização sul e norte. Perspectivas epistemológicas e empíricas no Brasil e na Suécia (no prelo). Slina.
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