Uma transferência trans-corporal entre fotografia de guerra e performance
A obra artística Peligro de Félix Maruenda
DOI:
https://doi.org/10.18861/ic.2023.18.1.3383Palavras-chave:
masculinidade, Félix Maruenda, performance, fotografia, guerraResumo
Durante a década de 1960, havia imagens midiáticas –como as fotografias de guerra– que impactavam o desenvolvimento de práticas artísticas em latitudes distantes de onde eram realizadas. O artigo parte dessa hipótese a partir da análise de imagens de eventos bélicos que retratavam soldados feridos e homens curvados sobre seus inimigos, curvados no campo de batalha. Essas imagens circularam impressas nos meios de comunicação de massa e repercutiram no trabalho de artistas que exploraram a representação de uma masculinidade alternativa, mais ligada à vulnerabilidade causada pela violência. Em particular, segue o trabalho do artista chileno Félix Maruenda, que incorporou imagens da Guerra do Vietnã em Peligro (1969), trabalho colaborativo realizado na antiga Escola de Belas Artes da Universidade do Chile em que explorou, através da dança, da escultura e da projeção de imagens e sons, o alcance transcorporal dos horrores da batalha. O artigo expõe e analisa como o imaginário artístico de Maruenda, naquela época experimental e intuitivo, foi influenciado por imagens que captavam –a uma distância física incognoscível– a afeição corporal de outros homens, ao mesmo tempo em que sustenta a hipótese de que isso permitiu o desenvolvimento de uma prática híbrida em sua materialidade e inovadora em sua dimensão performativa.
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